Lidson Almeida e Caio Campos
Segundo
Abelardo Silva, Assistente de Planejamento e Estratégia da Caixa Econômica
Federal, no Estado do Acre hoje existem 65.343 beneficiários do bolsa família
acumulando mais de R$ 12,5 milhões pagos mensalmente.
A
capital do Estado Rio Branco, concentra 33,7% das pessoas assistidas pelos
benefícios do programa, são 22.064 mil pessoas, totalizando o valor de R$
3,3 milhões de reais, 26,4% do valor pago em todo Estado, ressalta Mourão.
“No
panorama geral, temos 43.277 beneficiários, ou seja, (66,23%) concentrados no
interior do Estado acumulando o valor de R$ 9,2 milhões pagos mensalmente nos
municípios periféricos. Esses números demonstram que hoje praticamente 10% da
população acreana são beneficiários do programa bolsa família”.
O lado do
beneficiário
No
comparativo com Janeiro de 2010, percebe-se um crescimento de 24,7% no número
de beneficiários, 13 mil acreanos foram incluídos nos parâmetros do governo
federal no período. Vale ressaltar que o percentual de beneficiários
concentrados na capital na época era maior 36,02% do total, diz o Assistente de
Planejamento.
O
Estado do Acre atualmente representa 4,33% da quantidade de benefícios pagos em
toda a região Norte.
Em quatro anos só no Acre cerca de 13 mil pessoas passaram a receber o benefício do Governo Federal, o que representa uma média de 3.250 pessoas todos os anos.
O programa Bolsa Família
O
Brasil chega ao século XXI, com um modelo de proteção social complexo que conta
com diversos programas sociais em desenvolvimento nas esferas municipais,
estaduais e federais.
Segundo
o diagnóstico realizado pela equipe de transição do Governo Lula, as
experiências em torno dos programas de transferência direta de renda
representaram um avanço no campo das políticas públicas. No entanto, a
pluralidade desses programas tornou a operacionalidade dispersa e ineficiente.
Dessa
forma não foi possível superar características marcantes das políticas sociais
tradicionais, tais como: elevado custo administrativo, fragmentação,
superposições de públicos-alvo, sistema de cotas de atendimento, competição
entre as instituições, entre outras, o que levou a equipe do governo de Lula a
propor a unificação de alguns programas mediante a criação do Programa
Bolsa-Família (PBF).
No
final de 2003, o governo federal instituiu o PBF, integrando quatro programas
federais (Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Auxílio-Gás e o Cartão-Alimentação),
no âmbito do Programa Fome Zero, como parte do eixo articulador nº1, denominado
acesso aos alimentos, sob a justificativa de combater à fome e a pobreza.
Para
tanto, pela ótica do governo federal, o PBF possui dois objetivos básicos: o
primeiro é combater a miséria e a exclusão social, por meio da transferência do
benefício financeiro associado à garantia do acesso aos direitos sociais
básicos como a saúde, educação, assistência social e segurança alimentar; e o
segundo é promover a inclusão social contribuindo para a emancipação das
famílias pobres e extremamente pobres.
Constantes são as críticas no que tange o
assunto bolsa família. Muitas pessoas dizem que o programa serve de incentivo
para que o cidadão não trabalhe e acabe se acomodando com a situação.
Para o senhor Aristides Ferreira, (51), que atualmente trabalha como
"roçador", essa visão é extremamente preconceituosa, pois, quem
depende do benefício nem sempre está desempregado porque quer.
O roçador ressalta que batalhou para tentar conseguir alguma oportunidade de
emprego, porém, por ser analfabeto, inúmeras foram as dificuldades que
enfrentou até conseguir o que tem hoje, um emprego. “Só trabalho hoje porque o
bolsa família me deu um emprego”, diz Aristides.